Blogue do clube de cinema da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes
Acabou de entrar numa área reservada a pessoas curiosas e inconformadas. Temos o dever de informar que experiências recentes indiciam que o uso do cinema na sala de aula prejudica gravemente o tédio.
Somos a sala de cinema. Se podíamos viver sem o cinema na escola? Podíamos, mas não era a mesma coisa.
Vai decorrer de 26 a 31 de Outubro, no Museu de Portimão, a edição 2010 da "Visões do Sul", Mostra Internacional de Cinema de Portimão.
A escolha dos filmes em exibição está, mais uma vez, a cargo da Zero em Comportamento, sendo que o patrocínio cabe à Câmara Municipal de Portimão.
Os filmes serão apresentados e debatidos por convidados. Este ano estarão presentes, entre outros, João Canijo, Gonçalo M. Tavares, Margarida Vilanova e Inês de Medeiros.
Para saber o que foi dito na conferência de imprensa de apresentação do evento visite o blogue: Visões do Sul: Outubro 2010
Esteja atento. A sala de cinema irá dando conta do que for acontecendo.
“Imagine que o Einstein tem desistido da ciência para se embebedar com os amigos”, diz-se a dada altura no filme. Estamos a falar de “O Bom Rebelde” (Good Will Hunting, 1997), de Gus Van Sant.
Will Hunting (Matt Damon) trabalha como empregado de limpeza numa prestigiada universidade de Boston. Com os seus jovens amigos, passa os dias entre o bar local e, por vezes, a esquadra de polícia mais próxima. Mas Will é um génio com um dom inacreditável para a matemática.
Por um acaso, um professor descobre o seu talento e encaminha-o para um psiquiatra (Robin Williams) na esperança que Will dê uma volta à sua vida e possa vir a aproveitar as suas qualidades.
“O Bom Rebelde” completa a série de sugestões cinematográficas a propósito do Dia Mundial do Professor. Disponível na Biblioteca perto de si.
“Descobrir Forrester” (Finding Forrester, 2000), de Gus Van Sant, é a proposta de hoje.
William Forrester é um romancista vencedor de um prémio Pulitzer que vive afastado do mundo e que desde então não voltou a publicar nada.
Graças a um encontro casual, Forrester converte-se no mestre de Jamal, ajudando-o a progredir no seu excepcional talento. Jamal, por seu lado, ajuda Forrester a ver a vida de outra maneira. Um belo filme sobre a amizade, o prazer da escrita e a relação mestre/discípulo.
Nota: alguns professores têm perguntado quando serão exibidos os filmes aqui sugeridos. A sala de cinema esclarece que, embora a divulgação destes filmes no blogue tenha como objectivos principais homenagear os professores e dar a conhecer alguns dos títulos disponíveis na Biblioteca, terá todo o prazer em organizar sessões destinadas a professores. Nesse sentido, vai ter lugar ao longo do ano um ciclo intitulado Ser Professor, onde um filme escolhido será apresentado por um convidado, exibido e discutido pelos professores presentes. Começaremos por “A Onda”, em data a indicar brevemente. Aceitam-se sugestões para sessões futuras. Eis o trailer (em inglês):
“Mentes Perigosas” (Dangerous Minds, 1995), realizado por John N. Smith
Michelle Pfeiffer, uma das mais populares actrizes de Hollywood, oferece-nos um poderoso desempenho como uma ex-Marine que decide ser professora de inglês, num êxito aclamado pela crítica. Concretizando o seu sonho de leccionar, LouAnne Johnson (Pfeiffer) é colocada como professora de um grupo de rebeldes adolescentes que aceitam o insucesso como forma de vida. Determinada em ganhar-lhes a confiança e a fazer a diferença nas suas vidas, LouAnne não olha a meios para atingir fins, aprendendo, no limite, algumas duras lições. Com uma espectacular banda sonora e um talentoso elenco, “Mentes Perigosas” é um filme em que muitos professores reconhecerão semelhanças com experiências pessoais por si vividas.
“Mentes Perigosas” foi adquirido por sugestão de professores.A sua utilização na sala de aula tem sido frequente, principalmente na disciplina de Psicologia (aprendizagem e insucesso escolar). Numa escala de 1 a 5, alunos e professor avaliaram o filme com 4 e 5, respectivamente. Para além de permitir abordar vários conteúdos dos programas, o filme tem também como ponto forte o facto de ter uma duração de 95 minutos, o que torna mais exequível a sua exibição numa aula apenas. Eis o trailer:
Hoje, Dia Mundial do Professor, a sala de cinema inicia uma homenagem à difícil arte de ser professor com a sugestão de filmes em que a função de professor é destacada. Assim, durante 4 dias, entre terça e sexta-feira, será apresentado diariamente um filme escolhido de entre os títulos disponíveis na biblioteca da escola. Começamos com "Pequenas Flores Vermelhas”, de Yuan Zhang.
Pequim, 1949. Com apenas quatro anos, o pequeno Qiang é matriculado pelos seus ausentes pais num colégio interno, onde todos os seus passos são controlados. Mas Qiang é uma criança rebelde e não consegue seguir as regras. Ainda precisa de ajuda para se vestir e faz xixi na cama. A sua desobediência impede-o de ganhar as desejadas flores vermelhas, atribuídas apenas aos alunos mais bem-comportados, e acaba atraindo a antipatia da professora Sra. Li. Mas, aos poucos, ele consegue que outras crianças se juntem à sua rebelião particular ao convencê-las de que a professora é, na verdade, um monstro que come crianças.
“Pequenas Flores Vermelhas” (Kan Shang Qu Hen Mei, China, 2006) é uma visita à escola através do olhar de uma criança e suscita em nós reflexões sobre o papel da disciplina na escola, a necessidade de estarmos integrados na sociedade e as complexidades da natureza humana. Realizado por Yuan Zhang, o filme integrou a selecção oficial dos festivais de Berlim e Sundance de 2006 e tem a duração de 88 minutos.
Desde a sua aquisição para a escola pela sala de cinema, o filme já teve mais de 10 exibições, principalmente em turmas do Curso Profissional de Técnico de Apoio à Infância. Por ter uma duração inferior a 90 minutos, qualidade cinematográfica, ser acessível aos alunos e adequado aos conteúdos, o filme tem merecido o agrado de alunos e professores que já o visionaram e discutiram na sala de aula.
